quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Vasos de barros

"Temos porém esse tesouro em vaso de barro para que a excelência do poderseja de Deus e não nossa." II Co.4;7

Neste versículo Paulo toca num dos quesitos mais importantes na vida docristão: a humildade. O cristão deve ser um vaso de barro para que ostesouros de Jesus, que estão guardados em nossos corações destaquem-se esejam reconhecidos como bençãos vindas de Deus. Como disse João Batista, umdos maiores profetas da bíblia, “convém que Ele cresça e eu diminua” (Jo3.30).

O maior vilão da Obra do Senhor somos nós mesmos. Todo crente corre o riscode se deixar levar por esses sentimentos ruins e, infelizmente, os artistascristãos tem uma forte tendência a esse mau comportamento. Daí, o trabalho que seria para honra e glória do Senhor perde todo seu foco e torna-se sem sentido.

Um artista cristão, ao contrário de um artista secular, trabalha paramostrar as boas novas de Cristo ao mundo. Não almejamos nem fama, nem ouro enem prata mas sim que a Glória do Senhor se estabeleça em todas as nações.

Não é uma tarefa fácil controlar o próprio ego, mas deixo três dicas quepodem auxiliar neste trabalho:

1) Faça diariamente uma auto-avaliação sobre os próprios atos epensamentos - Opoliciamento constante de nossas atitudes ajuda-nos a controlar os nossossentimentos. Para isso é importante sermos sinceros e capazes de assumirnossos erros e falhas.

2) A prática do jejum, da leitura bíblica e da oração - essas trêsferramentas são muito importantes na formação de qualquer cristão. Aconsagração diária nos torna mais serenos diante das situações e dáliberdade para Deus moldar o nosso íntimo. Quando estamos próximos do Painosfortalecemos, e nossos ouvidos ficam atentos a voz de orientação do Senhor,o que dificultaas ações do inimigo em nossas vidas.

3) Proatividade na obra do Senhor - lembremos sempre quesomos servos dos servos, ou seja, servimos a Deus, a igreja e seusdepartamentos. E como servos dos servos, estamos à disposição da igreja sejapara ministrar um lindo louvor como para limpar o templo, seja para fazeruma abençoada apresentação teatral como para lavar pratos.

Agindo desta forma seremos exemplo não só dentro, mas também fora da igreja.E, onde quer que pisemos, as pessoas verão Cristo em nós.

Coluna Fabricia Silva - Site Guia-me

A Arte Cristã faz a diferença



“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” Romanos 12:2
A arte em geral é a manifestação da vida através de um desenho, melodia, expressão, gesto, etc. A arte cristã é tudo isso e um pouco mais. Através dela Deus fala, liberta, cura e salva vidas. Para isso, basta apenas você ter Deus como seu Orientador Principal e o Espírito Santo como a sua Grande Inspiração.
Toda forma de expressão artística pode tornar-se uma grande e poderosa arma para evangelização e avivamento. Só que, como toda arma, devemos saber usá-la de forma ética e responsável. É importante buscar o conhecimento da técnica artística e também da Palavra para que o ministério se enriqueça mais e mais.
Além disso, nós, artistas cristão, devemos nos conscientizar de três coisas muito importantes:
1. Do nosso comprometimento com Deus - porque nosso Dom foi dado por Ele, e por esse motivo temos o dever de usá-lo para o Bem;
2. Do nosso comprometimento com próximo – porque nosso objetivo é fazer com que as pessoas conheçam a Jesus e tenham suas vidas transformadas por Ele;
3. Do nosso comprometimento pessoal – para ganhar vidas para Jesus devemos ter uma vida consagrada diarimente ao nosso Pai Celestial.
Esses três quesitos são importantíssimos para que Deus nos usem sem restrições.Se vigiarmos e tivermos ciência dessas responsabilidades cristãs, com certeza Deus agirá de forma sobrenatural em nosso trabalho e seremos instrumentos nas mãos de Deus.
E saiba sempre que os detalhes fazem uma grande diferença!
Coluna Fabricia Silva - site Guia-me

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Palhaço é coisa séria



Muitos pensam que ser palhaço é pura brincadeira.
Engana-se os que pensam assim.Ser palhaço é coisa séria!
Pode até não parecer, mas é.
Desde os primórdios, o palhaço é visto por alguns como uma arte menor, um ser bobo.
Palhaço na verdade é o ser mais inteligente da face da terra!
E ele, ao contrário de nós, tem uma grande vantagem: pode ser integralmente sincero. Um grande exemplo disso é o bobo da corte. Se qualquer pessoa do reino chegasse até o rei e falasse algumas verdades, com certeza iria para a forca. Já o bobo, podia falar tudo o que quisesse ao rei que não corria esse risco. Ao contrário! O rei o ouvia, acatava, e até achava graça em tudo aquilo.
Que coisa, não?!
O palhaço é um ser sincero por natureza, que brinca com aquilo que o ser humano adulto despreza. Enquanto nós buscamos a perfeição, o palhaço busca a imperfeição.
Por esse motivo as crianças se identificam tanto com os palhaços de hospitais. Enquanto os adultos que a cercam não respeitam o seu "não", o palhaço respeita. Se ela não aceita a brincadeira e pede para ele ir embora, ele vai. E ela tem a certeza que, no outro dia, ele voltará e perguntará a ela se pode ficar. Se ela aceitar, ele fica.
Ser palhaço não é ser bobo. Ser palhaço é ser sincero e amigo. É respeitar os sentimentos do seu próximo. É brincar com o lúdico, o imaginário.
O adulto é um ser lógico, não aceita ser erros e quer sempre se superar. Já o palhaço, quer apenas ser ele mesmo.
E é por isso que ele encanta tanta gente!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

sábado, 14 de junho de 2008

Mensageiros da Alegria

" Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre."
Salmo 30:11,12

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Princípios - teatro do oprimido


Associação Internacional do Teatro do Oprimido (AITO)
Declaração de princípios

Preãmbulo
1. O objetivo básico do Teatro do Oprimido é o de Humanizar a Humanidade.
2. O Teatro do Oprimido é um sistema de Exercícios, Jogos e Técnicas Especiais baseadas no Teatro Essencial, que busca ajudar homens e mulheres a desenvolverem o que já trazem em si mesmos: o teatro.
O Teatro Essencial
3. Todo ser humano é teatro!
4. O teatro se define pela existência simultânea — dentro do mesmo espaço e no mesmo contexto — de espectadores e atores. Todo ser humano é capaz de ver a situação e de ver-se, a si mesmo, em situação.
5. O Teatro Essencial consiste em três elementos principais: Teatro Subjetivo, Teatro Objetivo e Linguagem Teatral.
6. Todo ser humano é capaz de atuar: para que sobreviva, deve produzir ações e observar o efeito de suas ações sobre o meio exterior. Ser humano é ser teatro: ator e espectador co-existem no mesmo indivíduo. Esta co-existência é o Teatro Subjetivo.
7. Quando um ser humano se limita a observar uma coisa, pessoa ou espaço, renunciando momentaneamente à sua capacidade e à sua necessidade de produzir ações, a energia e o seu desejo de agir são transferidos para essa coisa, pessoa ou espaço, criando, assim, um espaço dentro do espaço: o Espaço Estético. Este é o Teatro Objetivo.
8. Todos os seres humanos utilizam, na vida diária, a mesma linguagem que os atores usam no palco: suas vozes e seus corpos, movimentos e expressões físicas. Traduzem suas emoções, desejos e idéias em uma Linguagem Teatral.

Teatro do Oprimido

9. O Teatro do Oprimido oferece aos cidadãos os meios estéticos de analisarem seu passado, no contexto do presente, para que possam inventar seu futuro, ao invés de esperar por ele. O Teatro do Oprimido ajuda os seres humanos a recuperarem uma linguagem artística que já possuem, e a aprender a viver em sociedade através do jogo teatral. Aprendemos a sentir, sentindo; a pensar, pensando; a agir, agindo. Teatro do Oprimido é um ensaio para a realidade.
10. Oprimidos são aqueles indivíduos ou grupos que são, social, cultural, política, econômica, racial ou sexualmente despossuídos do seu direito ao Diálogo ou, de qualquer forma, diminuídos no exercício desse direito.
11. Diálogoé definido como o livre intercâmbio com os Outros, individual ou coletivamente; como a livre participação na sociedade humana entre iguais; e pelo respeito às diferenças e pelo direito de ser respeitado.
12. O Teatro do Oprimido se baseia no Princípio de que todas as relações humanas deveriam ser de natureza dialógica: entre homens e mulheres, raças, famílias, grupos e nações, sempre o diálogo deveria prevalecer. Na realidade, os diálogos têm a tendência a se transformarem em monólogos que terminam por criarem a relação Opressores-Oprimidos. Reconhecendo esta realidade, o princípio fundamental do Teatro do Oprimido é o de ajudar e promover a restauração do Diálogo entre os seres humanos.

Princípios e Objetivos

13. O Teatro do Oprimido é um movimento estético mundial, não-violento, que busca a paz, mas não a passividade.
14. O Teatro do Oprimido procura ativar os cidadãos na tarefa humanística expressa pelo seu próprio nome: teatro do, por e para o oprimido. Nele, os cidadãos agem na ficção do teatro para se tornarem, depois, protagonistas de suas próprias vidas
15. O Teatro do Oprimido não é uma ideologia nem um partido político, não é dogmático nem coercitivo, e respeita todas as culturas. É um método de análise, e um meio de tornar as pessoas mais felizes. Por causa da sua natureza humanística e democrática, o TO está sendo amplamente usado em todo o mundo, em todos os campos da atividade social como, por exemplo, na educação, cultura, artes, política, trabalho social, psicoterapias, programas de alfabetização e na saúde. No Anexo desta Declaração de Princípios, alguns projetos exemplares são apresentados para ilustrar a natureza e o escopo deste Método teatral.
16. O Teatro do Oprimido está sendo usado em dezenas de países de todo o mundo, aqui relacionados em Anexos, como um instrumento poderoso para a descoberta de si mesmo e do Outro; para clarificar e expressar os desejos dos seus praticantes; como instrumento para modificar as causas que produzem infelicidade e dor; para desenvolver todas aquelas características que trazem a Paz; para respeitar as diferenças entre indivíduos e grupos; para a inclusão de todos os seres humanos no Diálogo necessário a uma sociedade harmoniosa; finalmente, também está sendo usado como instrumento para a obtenção da justiça econômica e social, que é o fundamento da verdadeira Democracia. Em resumo, o objetivo mais geral do Teatro do Oprimido é o desenvolvimento dos Direitos Humanos essenciais.

A ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO TEATRO DO OPRIMIDO (AITO)

17. A AITO é uma organização que coordena e promove o desenvolvimento do Teatro do Oprimido em todo o mundo, de acordo com os princípios e os objetivos desta Declaração.
18. A AITO cumpre este objetivo inter-relacionando os praticantes do Teatro do Oprimido em uma rede mundial, promovendo a troca entre eles, e o seu desenvolvimento metodológico; facilitando o treinamento e a multiplicação das técnicas existentes; concebendo e executando projetos em escala mundial; estimulando a criação local de Centros do Teatro do Oprimido (CTOs); promovendo e criando condições de trabalho para os CTOs e os seus praticantes, e criando um ponto de encontro internacional na Internet.
19. A AITO tem os mesmos princípios e objetivos humanísticos e democráticos do Teatro do Oprimido, e vai incorporar todas as contribuições de todos aqueles que trabalharem dentro desta Declaração de Princípios.
20. A AITO entende que todos aqueles que trabalham usando as várias técnicas do Teatro do Oprimido, subscrevem esta mesma Declaração de Princípios.

Teatro do Oprimido


No começo dos anos sessenta Boal era diretor do Teatro de Arena de São Paulo. Um dia, durante uma viagem pelo nordeste, estavam apresentando para uma liga camponesa um musical sobre a questão agrária que terminava exortando os sem terras a lutarem e darem o sangue pela terra. Ao final do espetáculo um sem terra convidou o grupo para ir enfrentar os jagunços que tinham desalojado um companheiro deles. O grupo recusou e, neste momento, Boal percebeu que o teatro que realizava dava conselhos que o próprio grupo não era capaz de seguir. A partir de então começou a pensar que o teatro deveria ser um diálogo e não um monólogo.
Até este momento tudo não passava de uma idéia a ser desenvolvida. Somente em 1971 no Brasil, nasceu a primeira técnica do Teatro do Oprimido: o Teatro Jornal. Inicialmente com o objetivo específico de lidar com problemas locais, rapidamente passou a ser usado em todo o país. O Teatro Fórum veio à luz no Peru, em 1973, como parte de um Programa de Alfabetização; hoje é praticado em mais de 70 países. Continuando a crescer, o TO desenvolveu o Teatro Invisível na Argentina, como atividade política, e o Teatro Imagem, para estabelecer um diálogo entre as Nações Indígenas e os descendentes de espanhóis na Colômbia, na Venezuela, no México... Hoje, essas formas são usadas em todos os tipos de diálogos.
Na Europa, o TO se expandiu e veio à luz o Arco-Íris do Desejo — inicialmente para entender problemas psicológicos, mais tarde para criar personagens em quaisquer peças. De volta ao Brasil, nasceu o Teatro Legislativo, para ajudar a transformar o Desejo da população em Lei — o que chegou a acontecer 13 vezes. Agora, o Teatro Subjuntivo está, pouco a pouco, vindo à luz.
O TO era usado por camponeses e operários; depois, por professores e estudantes; agora, também por artistas, trabalhadores sociais, psicoterapeutas, ONGs... Primeiro, em lugares pequenos e quase clandestinos. Agora, nas ruas, escolas, igrejas, sindicatos, teatros regulares, prisões...
Além da arte cênica propriamente, também existe a finalidade política da conscientização, onde o teatro torna-se o veículo para a organização, debate dos problemas, além de possibilitar, com suas técnicas, a formação de sujeitos sociais que possam fazer-se veículo multiplicador da defesa por direitos e cidadania para a comunidade onde o Teatro do Oprimido está a ser aplicado.
Aplicado no Brasil, em parceria com diversas ONGs, como as católicas Pastoral Carcerária [1] e CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ou movimentos sociais, como o MST, as técnicas de Boal ganharam mundo, sendo suas obras traduzidas em mais de 20 idiomas, e ganhando aplicação por parte de populações oprimidas nas mais diversas comunidades, como recentemente entre os palestinos
Métodos
O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro.
O TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.
Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.
Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.

domingo, 23 de março de 2008

Radicais, livres e vocacionados

Quando você orar por algum país, uma cidade, uma pessoa, para que Deus atenda uma necessidade específica, faça isso em frente a um espelho. Insista com Deus. Muito provavelmente você vai encontrar a resposta ao abrir os olhos. Não me lembro quando, mas desde que ouvi tal conselho, tenho o cuidado de não orar próximo a alguma superfície refletora... Desconfio que a conhecida ex-presidente da JOCUM -- Jovens com Uma Missão não tem dificuldades em fazer tal desafio ao “espelho”. Ela abomina a pretensa solenidade da palavra “equilíbrio” na boca de alguns cristãos. Aliás, Jesus não era o que se pode chamar de “equilibrado". Antes, era radical, e não andou pelos caminhos “normais”. Para Bráulia Ribeiro, “seguir a Deus numa aventura missionária para algum lugar perigoso é uma decisão fora do equilíbrio de uma vida convencional. No entanto, se foi ele mesmo quem nos mandou, temos de pesar tudo para saber se ouvimos a ele ou ao nosso entusiasmo por aventuras. Assim, estaremos seguros”. “Prateleira” revela um pouco do que o leitor vai encontrar pelas páginas nada convencionais do seu Chamado Radical, com frases selecionadas por um leitor atento e não menos radical, nosso diretor-redator, o pastor Elben César:
Radicais, livres e vocacionados

terça-feira, 11 de março de 2008

Clow


Luís Otávio BurnierO clown é a poesia em ação.Henry MillerSegundo Roberto Ruiz, a palavra clown vem de clod, que se liga, etimologicamente, ao termo inglês "camponês" e ao seu meio rústico, a terra (1). Por outro lado, palhaço vem do italiano paglia (palha), material usado no revestimento de colchões, porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes do corpo, fazendo de quem a vestia um verdadeiro "colchão" ambulante, protegendo-o das constantes quedas (2).Na verdade palhaço e clown são termos distintos para se designar a mesma coisa. Existem, sim, diferenças quanto às linhas de trabalho. Como, por exemplo, os palhaços (ou clowns) americanos, que dão mais valor à gag, ao número, à idéia; para eles, o que o clown vai fazer tem um maior peso.Por outro lado, existem aqueles que se preocupam principalmente com o como o palhaço vai realizar seu número, não importando tanto o que ele vai fazer; assim, são mais valorizadas a lógica individual do clown e sua personalidade; esse modo de trabalhar é uma tendência a um trabalho mais pessoal. Podemos dizer que os clowns europeus seguem mais essa linha. Também existem as diferenças que aparecem em decorrência do tipo de espaço em que o palhaço trabalha: o circo, o teatro, a rua, o cinema, etc.O clown ou palhaço tem suas raízes na baixa comédia grega e romana, com seus tipos característicos, e nas apresentações da commedia dell'arte (3). Nas festividades religiosas e nas apresentações populares da Antigüidade, havia uma alternância entre o solene e o grotesco. Esse é um fato comum a povos distintos: dos gregos até os aborígines da Nova Guiné, passando pelos europeus da Idade Média ou pelos lamaístas do Tibete.Esta combinação do cômico e do trágico acentua a percepção de emoções contrapostas e é muito peculiar ao clown. Para Shklovski (4), o clown faz tudo seriamente. Ele é a encarnação do trágico na vida cotidiana; é o homem assumindo sua humanidade e sua fraqueza e, por isso, tornando-se cômico.
"Os palhaços sempre foram parte integrante do circo. Num espetáculo de perícia física, que produz na assistência uma reação mental - deslumbramento, espanto, admiração e apreensão - é preciso haver um complemento: um conceito mental que produza no público uma reação física, ou seja, o riso" (5). O clown espanta o medo, esta é a sua função.Existem dois tipos clássicos de clowns: o branco e o augusto. O clown branco é a encarnação do patrão, o intelectual, a pessoa cerebral. Tradicionalmente, tem rosto branco, vestimenta de lantejoulas (herdada do Arlequim da commedia dell'arte), chapéu cônico e está sempre pronto a ludibriar seu parceiro em cena. Mais modernamente, ele se apresenta de smoking e gravatinha borboleta e é chamado de cabaretier. No Brasil, é conhecido por escada.O augusto (no Brasil, tony ou tony-excêntrico é o bobo, o eterno perdedor, o ingênuo de boa-fé, o emocional. Ele está sempre sujeito ao domínio do branco, mas, geralmente, supera-o, fazendo triunfar a pureza sobre a malícia, o bem sobre o mal. Adoum afirma que a relação desses dois tipos de clowns acaba representando cabalmente a sociedade e o sistema, e isso provoca a identificação do público com o menos favorecido, o augusto.Os tipos cômicos: elementos de uma generalogiaOs tipos característicos da baixa comédia grega e romana; os bufões e bobos da Idade Méida; os personagens fixos da commedia dell'arte italiana; o palhaço circense e o clown possuem uma mesma essência: colocar em exposição a estupidez do ser humano, relativizando normas e verdades sociais.Segundo Bakhtin, a cultura cômica popular da Idade Média, principalmente a cultura carnavalesca, possuía uma grande diversidade: festas públicas carnavalescas; ritos e cultos cômicos especiais; os bufões e tolos; gigantes, anões e monstros; palhaços de diversos estilos; a literatura paródica etc. (6) O riso carnavalesco abalava as estruturas do regime feudal, abolia as relações hierárquicas, igualava pessoas que provinham de condições sociais distintas. Era contrário a toda perpetuação, a toda idéia de acabamento e perfeição, mostrando a relatividade das verdades e autoridades no poder. Todos são passíveis de riso e ninguém é excluído dele; era a percepção do aspecto jocoso e relativo do mundo.Os bufões e bobos, por exemplo, assistiam sempre às funções cerimoniais sérias, parodiando seus atos, construindo ao lado do mundo oficial uma vida paralela. Esses personagens cômicos da cultura popular medieval eram os veículos permanentes e consagrados do princípio carnavalesco na vida cotidiana. Os bufões e bobos não eram atores que desempenhavam seu papel no palco; ao contrário, continuavam sendo bufões e bobos em todas as circunstâncias da vida. Encarnavam uma forma especial de vida, simultaneamente real e irreal, fronteiriça entre a arte e a vida.Nos séculos XV e XVI, surgiu a chamada commedia dell'arte, ou comédia de máscaras. Esta típica forma de teatro do Renascimento italiano teve, conforme Gassner, uma dupla origem na arte da mímica que, brotando dos farsistas populares do período romano, evoluiu até os atores-jograis ambulantes da Idade Média e das comédias formais de Plauto e Terêncio. (7)A commedia dell'arte era baseada num roteiro (canovaccio), que servia como suporte para que os atores improvisassem. Esse roteiro não era um texto estruturado: indicava apenas as entradas e saídas dos atores, os monólogos, os diálogos, episódios burlescos, os cantos e danças. Personagens fixos e situações codificadas facilitavam o jogo espontâneo da improvisação (8)Esse teatro teve uma grande aceitação na época, pois era do universo cotidiano do público que os atores tiravam a base para sua representação. Fazia descrições vivas de tipos característicos e costumes contemporâneos, envoltas em tramas de intriga amorosa. Os velhos eram satirizados como tolos, e intermináveis variações eram indroduzidas no tema da traição e do marido traído.Os personagens eram fixos e possuíam máscaras próprias, cujas linhas revelavam o caráter pessoal de cada um. Os principais eram: Pantalone, o velho, rico e tolo mercador de Veneza; Dottore, personificação do pedantismo dos intelectuais da época; Capitão Mata-Mouros, soldado fanfarrão e covarde, metido a valente; Arlecchino, servo esfomeado e atrapalhado; Brighella, servo astuto e briguento; Pulcinella, ora servo, ora patrão, de índole cruel e violenta; Os Enamorados, jovens apaixonados e sensíveis. Embora mascarados e tipificados, eram fortemente individualizados quanto à fala e dialeto. Geralmente, os intérpretes assumiam um papel por toda a vida. (9)Na commedia dell'arte apareceram, de certa forma, resquícios da dupla de cômicos, os zanni, servos da commedia dell'arte, cuja relação se aperfeiçoará nos clowns. A eles cabia a tarefa de provocar o maior número de cenas cômicas, por suas atitudes ambíguas e suas trapalhadas e trejeitos. Existiam dois tipos distintos de zanni: o primeiro fazia o público rir por sua astúcia, inteligência e engenhosidade. De respostas espirituosas, era arguto o suficiente para fazer intrigas, blefar e enganar os patrões. Já o segundo tipo de criado era insensato, confuso e tolo. Na prática, porém, havia uma certa "contaminação" de um pelo outro. O primeiro zanni é mais conhecido como Brighella, e o segundo como Arlecchino.Pelas características acima descritas, não é difícil relacionar a dupla de zanni à dupla de clowns, o branco e o augusto.A essência do circo acompanha desde muito o cotidiano do homem. Segundo Ruiz, pesquisadores afirmam que no ano de 70 a.C., em Pompéia, já existia um enorme anfiteatro destinado a exibições de habilidades que posteriormente seriam caracterizadas como circenses. Por outro lado, na China, já por volta de 200 a.C. as artes acrobáticas se encontravam em desenvolvimento. Números até hoje tradicionais, como o equilíbrio sobre corda bamba, magia, engolir espadas e fogo, já eram conhecidos e praticados, naquela época, pelos chineses. (10)O circo tal como existe em nossa concepção nasceu há pouco tempo. A criação do circo moderno se deu em 1768, por Philip Astley, em Londres. Astley, um ex-sargento auxiliar de cavalaria, hábil treinador de cavalos, foi o primeiro a descobrir que, se galopasse em círculos, de pé sobre o dorso nu do cavalo, teria o equilíbrio facilitado pela força centrífuga. Estava inventado, então, o picadeiro. Durante 150 anos, os cavalos dominaram os espetáculos circenses, mas pouco a pouco outros artistas se incorporaram à trupe. (11)Já na época de Philip Astley, exímios cavaleiros realizavam o célebre número do "recruta da cavalaria", em que simulavam camponeses simplórios e astutos que, com suas extravagâncias, divertiam as platéias. Naquela época também surgiu na Inglaterra a dupla branco-augusto: no trabalho de dois grandes cavaleiros do século XVIII (Saunders e Fortinelli), que exploravam os números de "grotesco a cavalo". (12)É interessante notar que existe maior riqueza na comicidade quando os dois tipos atuam em dupla, pois um serve de contraponto ao outro. Eles são encontrados tanto nos espetáculos circenses da Inglaterra como nos dois zanni da commedia dell'arte.O clown também desempenha função semelhante à dos bufões e bobos medievais, quando brinca com as instituições e valores oficiais. Ele, pelos nomes que ostenta, pelas roupas que veste, pela maquiagem (deformação do rosto), pelos gestos, falas e traços que o caracterizam, sugere a falta de compromisso com qualquer estilo de vida, ideal ou institucional. É um ser ingênuo e ridículo; entretanto, seu descomprometimento e aparente ingenuidade lhe dão o poder de zombar de tudo e de todos impunemente. O princípio desmistificador do riso, presente na cultura popular medieval renascentista, apareceu no cômico circense, fundamentado, basicamente, na figura do palhaço.Em suas andanças através do tempo, o clown ocupou diversos espaços: a rua, a praça, a feira, o picadeiro, o palco. Com o advento do cinema, no início do século XX, ele encontrou um novo lugar para continuar revelando à humanidade seu lado ridículo e patético.O primeiro clown do cinema foi o francês Gabrielle Leuvielle, que tem por pseudônimo Max Linder. Ele dirigia e atuava em seus filmes. Exatamente como os clowns, Max Linder utilizava tudo o que sabia fazer (dançar, saltar, montar a cavalo, etc.). Sua motivação era o desejo de fazer um número circense, exemplo que será seguido por todos os seus sucessores até Jerry Lewis. Os argumentos que tinha por tema eram sempre, como nas entradas de clowns, extremamente simples. Eram as sucessões de gags que mantinham o interesse; o roteiro não passava de um pretexto para a criação de situações cômicas, assim como na commedia dell'arte. Max Linder buscou sua inspiração no teatro de vaudeville (teatro cômico musical, apresentado em bares e cabarés). E, sobretudo, no circo. (13)Os clowns do cinema retomaram diversas gags já usadas anteriormente por outros colegas de cinema ou por clonws de circo. Chaplin, em Em busca do ouro, na "dança dos pequenos pães" se inspirou nos fantoches de barracas de feiras. "Nada mais natural, pois este costume vem justamente do circo, onde, ao redor das mesmas receitas, brilham os cozinheiros de diferentes gostos". (14)Com freqüência, os cômicos do cinema transportavam diretamente para seu veículo um trabalho própriol do circo. Todos esses cômicos se formaram nas escolas do circo e do music-hall. Cada um deles era acrobata, dançarino, malabarista, cuspidor de fogo, mímico. E é bastante normal que eles retenham de suas origens tudo o que pode enriquecer esta nova arte: o cinema.Como nos clowns do circo europeu, eles criaram para o cinema tipos originais e únicos - diferentemente do comediante, que deve poder encarnar personagens os mais diversos. Carlitos é o clown de Chaplin, pessoal e único, não importando se desempenha o papel de O grande ditador, do vagabundo de O garoto ou do operário em Tempos modernos.Do ponto de vista da técnica do clown utilizada, alguns desses tipos do cinema chegaram a um grande nível de requinte. Dentre eles, destacaria Charles Chaplin, a dupla Hardy e Laurel (o Gordo e o Magro), Buster Keaton, Harold Lloyd, Jacques Tati, Jerry Lewis, Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo e outros.O clown é a exposição do ridículo e das fraquezas de cada um. Logo, ele é um tipo pessoal e único. Uma pessoa pode ter tendências para o clown branco ou o clown augusto, dependendo de sua personalidade. O clown não representa, ele é - o que faz lembrar os bobos e os bufões da Idade Média. Não se trata de um personagem, ou seja, uma entidade externa a nós, mas da ampliação e dilatação dos aspectos ingênuos, puros e humanos (como nos clods), portanto "estúpidos", de nosso próprio ser. François Fratellini, membro de tradicional família de clowns europeus, dizia: "No teatro os comediantes fazem de conta. Nós, os clowns, fazemos as coisas de verdade." (15)O trabalho de criação de um clown é extremamente doloroso, pois confronta o artista consigo mesmo, colocando à mostra os recantos escondidos de sua pessoa; vem daí seu caráter profundamente humano.

terça-feira, 4 de março de 2008

Peça: De que lado você está?

8 PERSONAGENS:

APRESENTADOR :

PLATÉIA 1 :

1ºQUADRO (preto) :

2ºQUADRO (preto):

3ºQUADRO (branco):

4ºQUADRO (branco):

PRETO/BRANCO.



INÍCIO

CENÁRIO: As quatro molduras estão no palco, duas de um lado e duas do outro.

* O APRESENTADOR entra em cena, vai ao meio do palco e diz:

APRESENTADOR: _ Paz a todos amém ? Vocês estão convidados a assistir uma peça que nos mostrará diversas pessoas "emolduradas", ou seja, passearemos por uma galeria de arte onde cada quadro representa uma pessoa, com seus sentimentos, certezas e pensamentos. Afinal, cada um faz de sua vida o que quer, segue seus próprios rumos, como cada um de nós.

* APRESENTADOR sai de cena. Instante de silêncio. O PLATÉIA, que está sentado no meio do público, diz em voz alta:

PLATÉIA: _ Até parece que cada um sabe o que quer !

ALGUÉM: _ Fulano, senta !

* PLATÉIA fica quieto um tempo, mas depois diz:

PLATÉIA: _ Sinto muito, mas não dá prá ficar calado. Nem todos sabem o que querem da vida ?

ALGUÉM: Shiiii a peça vai começar

PLATÉIA_ eu não sei sobre o que será esta peça, mas eu tenho algo a falar

* Levanta-se e sai andando e falando:

PLATÉIA: _ Estive pensando: De onde vim ? Para onde vou ? Quem eu sou ? O Que sou ? Quem me criou ? ... Alguém me criou ? Ah ! Que confusão !

ALGUÉM: faz sinal para ele se sentar

* PLATÉIA chega ao palco.

PLATÉIA: _ Nem mesmo sei quem sou. Será que sou o único confuso ? Será que as outras pessoas sabem o que querem ?

* Olha para o 1º QUADRO e diz:

PLATÉIA: _ Ei, psiu ... quem é você ?

1ºQUADRO: _ Pára com isso ! A vida é curta demais prá se ficar parado pensando. Sem medo de ser feliz. Vá a luta pois, quem não chora não mama. A vida é um festa , é praia, é verão. Viva a natureza. Salve o Verde. No estress entendeu ?

PLATÉIA: _ Maneiro. É talvez eu seja muito jovem prá ficar pensando nestas coisas. Devo curtir o Sol, a praia, e os amigos.

Olhando agora para o 3ºQUADRO, pergunta:PLATÉIA: _ E AÍ quadrinho. Concorda com isso. O que você pensa ? Fala aÍ .3ºQUADRO: _ Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias e cheguem os dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.PLATÉIA: _ Que quadro estranho. Fala pouco. Mas me diz muito. Não dá prá ficar curtindo só a praia. Alguém me criou. O criador. Quem é o Criador ?2ºQUADRO _ NÃO ACREDITE NELE ! É tudo mentira. Você foi criado das estrelas, é filho do universo. Veio de outro planeta. Saiu do Macaco. Você é Deus. Viveu muitas vezes antes. Acredite em mim .PLATÉIA: _ Que confusão ! Agora realmente estou em dúvida.* Olha para o último quadro.PLATÉIA: _ Só falto ouvir você. Pode falar.4ºQUADRO: _ Não se turbe o vosso coração, credes em Deus. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e tudo o mais, Ele o fará.1ºQUADRO: _ Ei, não disperdice o seu fim de semana. Não entra nessa. Este quadro aí não está com nada.2ºQUADRO: _ Tudo é uma questão de evolução. Você precisa viver outras vidas.1ºQUADRO: _ Se eu fosse você tentaria relaxar. Experimente fazer Yoga, meditação.* PLATÉIA acompanha a discusão meio perdido.2ºQUADRO: _ Ufologia. Contatos extraterrenos podem te ajudar.1ºQUADRO: _ Meu, experimente relaxar, a vida é pra ser curtida com toda a liberdade que o mundo proporciona2ºQUADRO: _ Tarô, búzios, magia negra.1ºQUADRO: _ Cervejinha mulheres, cigarrinho. Uma Decisão inteligente. O Sucesso !2ºQUADRO: _ ocultismo, hipnose, poder da mente.1ºQUADRO: _ Sexo, drogas e rock' in roll !

3ºQUADRO: _ Você precisa de JESUS !

* Parada total por três segundos.

3ºQUADRO: _ Ele te ama e quer te ajudar.

4ºQUADRO: _ Sim, Ele se importa com você. Morreu para te salvar.

PLATÉIA: _ Preciso de ajuda.

1ºQUADRO: _ Vem prá cá !

2ºQUADRO: _ Não, Vem pra cá!

* PLATÉIA pára, abaixa cabeça confuso e diz:

PLATÉIA: _ Preciso pensar.

* PLATÉIA caminha triste.

PLATÉIA: _ O que devo fazer ? É tudo tão confuso. Onde está a verdade ? Alguém precisa me ajudar. Será que Jesus pode me ajudar ? Estou com medo.

1ºQUADRO: _ Que isto! Deixa de ser covarde! Fica aí falando que está com medo. Tem que ser Homem ...

PLATÉIA: _ Não é isso. Você não me entende. Não é este tipo de medo ...

4ºQUADRO: _ Eu sei o que você quer dizer. A palavra de Deus diz: "Não temas porque Eu sou contigo, não te assombres porque sou teu Deus, Eu te ajudo e te guio e te sustento com a minha destra fiel".

PLATÉIA: _ Deus novamente. Quem é Deus. Como achar Deus ?

2ºQUADRO: _ Deus é você, cara! Vê se entende. Você pode saber tudo, é só usar o tarôt. Pode fazer o que você quizer com a magia negra...



PLATÉIA: _ Não! Isto é perigoso. Não vou me meter nisto. Afinal, tudo que quero fazer é o certo. Tudo que quero saber é a verdade.

3ºQUADRO: _ A Verdade é realmente importante, amigo. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

4ºQUADRO: _ E para achar a Verdade, precisa-se procurar por ela. "Buscar-me-eis e me achareis quando buscar de todo coração".

1ºQUADRO: _ Que verdade o quê ! Você faz a justiça, você faz a verd...

PLATÉIA: _ FICA QUIETO, CARA. Preciso de um amigo para me ajudar a encontrar a verdade.

1ºQUADRO: Eu sou seu amigo. Amigo de todos. Amigo do mar, do céu, do bem, do mal...

3ºQUADRO: Amigo. Já lhe disse que Jesus te ama. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Se você o achar, estará achando a verdade e o melhor amigo que alguém pode ter.PLATÉIA: Mas afinal, quem são vocês? Que diferença é esta que dá prá se notar, mas que é difícil de se explicar. São dois lados tão opostos. Em quem acreditar ...O PRETO/BRANCO entram em cena, vai ao meio do palco e declama:PRETO/BRANCO: entram com a coreografiaDois sentimentos profundosdois mundosdois coraçõesduas ofertas opostasdois lados, duas açõesdois que conhecem o universoduas mensagens tambémduas pastagensdois elos, porém paralelosbuscando alguém.Qual tem sido a minha vida ?Uma oferece riquezasoutra riquezas e pazuma alegria em momentosoutra tristezas jamaisum traz nos braços o abraçoe outra nas mãos um punhaluma é a vida seguida de vidaoutra um mundo infernal.Qual é a minha vida ?Uma traz carinhooutra espinhouma te chama e te esperaoutra logo se exasperaentre uma vida e outrade que lado você está ?SONORIZAÇÃO: O trecho da música começa a ser tocada, aumentando de volume gradualmente e depois diminui:3ºQUADRO: _Não tema, porque Deus está aqui !PLATÉIA: _ O que devo fazer ?4ºQUADRO: _ Apenas mostrar que você O quer.PLATÉIA: _ E como faço isto ?3ºQUADRO: _Fale com Ele. Eu já disse que Deus está aqui. Ele está em todo lugar. Deus pode te ouvir.PLATÉIA: _ E como saberei que Jesus está em mim?

4ºQUADRO: _ Você saberá. Algo vai mudar em sua vida, é só confiar.
1ºQUADRO: _ É, mas você vai ter que parar de ir à praia, não vai Ter amigos

2ºQUADRO: _ Não vai poder mais ir ao cinema. Não vai ver televisão.

4ºQUADRO: _ Isso não é verdade. Ser cristão é saber o que é certo e ter liberdade, e coragem, para dizer não às coisas más, que podem nos enganar, trazidas por falsos amigos.

3ºQUADRO: _ Sim, é isto que a Palavra de Deus fala quando diz: Todas as coisas são lícitas, mas nem todas me convêm.

PLATÉIA: _ Chega! Eu já me decidi. Eu quero uma vida com Jesus, eu já passei muito tempo me privando das minhas vontades para ser igual aos outros e não ter minha própria opinião. Quero ser diferente! Quero Jesus. Já me decidi e nada nem ninguem vai me impedir de voltar atrás.

*Tempinho de silêncio

PLATÉIA: _ Deus eu reconheço que sou pecador. Preciso de você. Jesus eu te entrego minha vida.
* PLATËIA demonstra que algo mudou:
PLATÉIA: _ O que é isto !? Sim mudou, há alegria, é Jesus.

APRESENTADOR: _ Sim é Jesus. Você trocou de lado, está em um novo caminho. Vai caminhar agora. Mas não está mais sozinho.

* APRESENTADOR entra em cena, dirige-se para o público e diz:

APRESENTADOR: _ Pelo muito que vimos e ouvimos do mundo que nos cerca, aprendemos que existem muitos caminhos. Cada quadro, cada pessoa, tem seus motivos para agir como agem, pensar como pensam. Porque existem motivos para optar por cada um deles, mas em todos falta algo que não conseguimos explicar o que é. Todos exceto um, o único caminho que pode-se sentir, é o Caminho da verdadeira Vida. Que as pessoas possam estar vendo em nós a luz do nosso Caminho, que elas possam ver em nós, que é Cristo é que faz a nossa diferença.

Autor: Desconhecido

domingo, 2 de março de 2008

PANTOMIMAS

O que é Pantomima?

Um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos. É a arte de narrar com o corpo. É uma modalidade cênica que se diferencia da expressão corporal e da dança, basicamente é a arte objetiva da mímica, é um excelente artifício para comediantes, cômicos, clowns, atores, bailarinos, enfim, os intérpretes.
Nesta modalidade, os pantomímicos precisam buscar a forma perfeita, a estética da linha do corpo, pois através do gesto tudo será dito, uma boa pantomima está na habilidade adquirida pelo pantomímico em se transfigurar no ato da interpretação, passando para a platéia todas as ações e mensagens pelos gestos. É uma das artes que exige o máximo do artista para que este receba o máximo de retorno do público, ou seja, a atenção da platéia para que a mensagem seja passada devidamente.
Por mais que seja difícil e trabalhoso introduzir a pantomima em um grupo que esteja acostumado com textos orais, sempre é possível criar através da gestualidade do corpo. A pantomima costuma impressionar e chamar a atenção da platéia; por ser de fácil assimilação, por chamar a atenção, por ser praticamente universal, ela é bastante utilizada.
Pode-se dizer que a pantomima é tão antiga quanto a dramaturgia, e ambas tem a mesma origem que: Grécia Antiga. Foram encontrados indícios de pantomima também em rituais religiosos sumérios, hindus e egípcios, além dos gregos, há mais de cinco mil anos. Ao narrar epopéias e tentar transmitir sensações do divino, os sacerdotes acabavam demonstrando características pantomímicas, e isso era muito mais claro na Grécia. Esta foi a primeira semente pantomímica, a pantomima sagrada.
No século IV a.C., a Grécia helênica promove seus festivais dionisíacos. A tragédia é muito popular. Aristóteles escreveu em sua obra A Poética sobre o texto da tragédia e cita no primeiro parágrafo os mimos de Sófron e Siracusa, como uma expressão teatral, à parte, com a necessidade de uma denominação específica. Nos vasos jônicos é fácil de encontrar as pinturas retratando esses artistas que mimicavam os governantes locais ou os tipos populares engraçados. Essa foi a pantomima antiga.
O imperador romano Augusto promoveu os pantomímicos. Os festivais realizados no Palácio dos Esportes eram assistidos por 40.000 pessoas. Muito foi escrito sobre esse apogeu da pantomima. O poeta Livius Andronicus é considerado o primeiro one-man-show da história do teatro. Foi inventor da pantomima romana. Ele fez a ponte entre a pantomima grega e a latina. Também vale reportar a citação de Cícero sobre a interpretação de dois grandes pantomímicos romanos, Bathylle e Pylade, quando apresentaram suas versões para a tragédia grega Prometeu, de Ésquilo, - Como se existisse uma língua em cada ponta de seus dedos. Essa foi a pantomima clássica.
Após o obscuro período da Idade Média onde a Inquisição proibiu qualquer livre manifestação artística, surgiu na França em 1813 um genial pantomímico que reavivou o gênero. Jean-Gaspard Debureau criou o personagem Baptiste oriundo da família dos Piêrrots da comédia francesa. Elaborou um repertório e motivou o surgimento de um estilo romântico. Houve uma efervescência da pantomima romântica nos anos posteriores e por toda a Europa muitos artistas aprimoraram o estilo se apresentando em teatros, music-halls, boulevares e circos. Sua figura e estilo foi imortalizado no cinema pelo filme de Marcel Carné "Les Enfants du Paradise" (Boulevard du Crime, em português) onde o grande ator e mímico francês Jean Louis Barrault protagonizou. Já nos filmes de cinema mudo os pantomimos Chales Chaplin e Buster Keaton são os mais expressivos herdeiros desta pantomima. Essa foi à pantomima romântica.
No início do século XX as artes em geral tiveram seus conceitos e estéticas transformadas com rupturas aos conceitos tradicionais e o surgimento de novas tendências estéticas. Na França Etiênne Decroux começou a codificar uma gramática para o movimento corporal, resultando numa técnica que acabou sendo as diretrizes para o surgimento de um novo estilo de pantomima. O mais representativo pantomímico dessa técnica é Marcel Marceau que criou o personagem Bip e um repertório neo-clássico.
Hoje, essa técnica é identificável como uma linguagem de acessório nos trabalhos de vários artistas. Por exemplo, nas coreografias de Michael Jackson com seus passos de dança sem sair do lugar. Nas performances dos shows de ilusionismo dos mágicos, como David Cooperfield ou nas performances cinematográficas do clown inglês Mr. Bean. Essa é a pantomima moderna, a pantomima como se conhece atualmente.
Até em Chaplin, a pantomima era apenas o pantomímico e o palco vazio, tudo dependia da expressão, mas graças a ele hoje pode-se utilizar cenário, objetos e figurino, pois era impossível fazer uma pantomima cinematográfica sem recursos cênicos.
No Brasil a técnica da mímica chega em 1952 através do ator, tradutor, diretor e mímico português Luís de Lima que encena o primeiro mimodrama - O ESCRITURÁRIO e ministra inúmeras oficinas e cursos de mímica pelo Brasil influenciando e criando uma nova geração de mímicos. Paralelo a isso a presença de Marceal Marceau com suas turnês influencia da mesma forma. Brasileiros precursores da década de 70 são Ricardo Bandeira, Juarez Machado, Denise Stoklos e dessa nova geração Josué Soares, Luiza Monteiro, Vicentini Gomes, Fernando Vieira, Alberto Gaus, Jiddu Saldanha, Sérgio Bicudo, Toninho Lobo, Alvaro Assad, Marcio Moura, Melissa Teles-Lôbo,...
A pantomima também tem sido utilizada por muitos grupos cristãos para promover sua fé, dentre os quais destaca-se a fundação norte-americana Jocum (Jovens Com uma Missão) que é uma das pioneiras neste tipo de pantomima cristã.
A pantomima obedece ao objetivo de chamar a atenção, impressionar, impactar e transmitir a palavra da maneira mais fácil possível para os espectadores, isto faz do figurino acessório importante para a apresentação de uma pantomima de qualidade – isto é, uma pantomima que tenha o máximo de retorno.
Existem algumas maneiras de se utilizar o figurino. Nos grupos de pantomima cristãos, costuma-se utilizar dois tipos: padronização e casualidade. Ambas são muito utilizadas por diferentes grupos que apresentam diferentes gostos, por exemplo, a oficina de teatro do ministério Ajores trabalha somente com a padronizada, uma questão de gosto do diretor e seus integrantes.